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Vol. 13. Issue 6.
Pages 893-895 (November - December 2007)
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Vol. 13. Issue 6.
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As Nossas Leituras
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Aspectos clínicos e radiológicos em doentes com DPOC com fisiologia pulmonar discordante – Lições da deficiência de α-1 antitripsina
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J. Holme, R. Stockley
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Resumo

A DPOC é hoje considerada como uma patologia com diversos fenótipos e heterogeneidade clínica, funcional e radiológica, atribuíveis a mecanismos fitopatológicos diferentes.

O estudo NETT (cirurgia de redução de volume) mostrou que para uma mesma gravidade funcional a localização do enfisema é um factor crucial nas vantagens deste tipo de cirurgia.

A DPOC é maioritariamente causada pela exposição ao tabaco. Mas, para igual exposição, a gravidade pode ser diferente de doente para doente, pensando-se que as características genéticas possam contribuir de forma significativa (susceptibilidade à doença).

O modelo genético na DPOC pode ser compreendido nos doentes com deficiência de α-1 antitripsina. Este estudo vem analisar em doentes com deficiência de α-1 antitripsina (PiZ) as diferenças de distribuição do enfisema e a sua relação com a função pulmonar e qualidade de vida.

Do registo do Reino Unido de doentes com deficiência de α-1 antitripsina – PiZ (mais de 800), foram seleccionados 50, em 4 grupos:

  • grupo 1 (n=15)– FEV1>80%, FEV1/FVC>70% e KCO normal

  • grupo 2 (n=10) – FEV1 anormal e KCO normal

  • grupo 3 (n=15)– FEV1>80%, FEV1/FVC>70% e KCO anormal

  • grupo 4 (n=10)– FEV1 anormal e KCO anormal

Foram efectuados:

  • espirometria e medição de difusão de CO, e PaO2 arterializado

  • TAC de alta resolução, com medição de densitometria pulmonar (aparelho GE) e quantificação de voxels com densidade inferior a -910 HU, em cortes na zona superior da crossa da aorta (corte superior) e ao nível das veias pulmonares inferiores (corte inferior)

  • qualidade de vida pelo SGRQ.

Nos grupos 2 e 4, 80% eram mulheres, mas sem significado comparado com os outros grupos. No grupo 4 eram mais velhos – 54 anos vs grupo 1 – 44 anos.

Nos grupos 1 e 3, 73% eram nunca fumadores, e nos 2 e 4 90% eram ex-fumadores.

O FEV1 era superior a 100% nos grupos 1 e 3 e de cerca de 30% em 2 e 4.

Existia enfisema no grupo 1 em 13% e em praticamente 100% nos outros grupos.

Nos grupos 2 e 4 o enfisema era predominantemente basal, enquanto no 3 (só alteração da difusão) era principalmente na zona pulmonar superior.

Só os grupos 2 e 4 tinham hipoxemia.

A pontuação do SGRQ era pior nos grupos 2 (57) e 4 (59) do que no 3 (30) ou no 1 (18).

Concluem os autores que uma alteração isolada do FEV1 está associada enfisema basal, enquanto uma alteração isolada do KCO está relacionada com enfisema das zonas superiores.

Mesmo com função pulmonar normal e a maioria dos doentes não fumadores, na deficiência de α-1 antitripsina pode existir enfisema (mais na região superior). A alteração isolada de KCO nestes doentes está associada a enfisema dos lobos superiores, mesmo quando 70% nunca fumaram. Neste grupo de doentes com apenas alterações de KCO, a qualidade de vida era pior do que nos doentes sem alterações funcionais.

As implicações deste estudo, segundo os autores, são de que doentes com espirometria normal podem ter doença parenquimatosa e mau estado de saúde.

Estes doentes não são considerados nas actuais recomendações internacionais e não estão incluídos em qualquer sugestão terapêutica.

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