Contexto: A debilidade muscular tem impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), correlacionando-se com o número de exacerbações e a mortalidade. Medir a força muscular torna-se, portanto, de extrema importância. A ausência de padronização quanto ao número de séries e intervalo de recuperação no protocolo de avaliação isocinética pode gerar resultados díspares, dificultando a compreensão e a comparação a entre os estudos. Objectivo: Análise do efeito de duas séries e três intervalos de repouso na medida de força isocinética do quadríceps, a fim de identificar o protocolo adequado para a realização do teste. Métodos: Indivíduos com DPOC grave ou muito grave realizaram três testes isocinéticos para avaliação da musculatura extensora do joelho, à velocidade angular de 60°·s−1, com intervalos de recuperação de 30, 60 ou 120 segundos. Cada teste consistiu em duas séries de cinco repetições, nas quais foram mensurados pico de torque, trabalho total e índice de fadiga. Resultados: Nos 20 indivíduos estudados (66,1±7,4 anos, 70±10,8kg, 167,4±± 6,2cm, VEF1 36,5±10,1% do predito) não houve diferença significativa nos valores de pico de torque, trabalho total e índice de fadiga, independente do número de séries ou da duração do intervalo de recuperação entre elas. Conclusão: Em indivíduos com DPOC grave ou muito grave, a força muscular do quadríceps pode ser avaliada por meio de protocolo isocinético composto por uma série de contracções com cinco repetições; se forem realizadas duas séries, 30 segundos de intervalo entre elas é suficiente para garantir a recuperação muscular.
Rev Port Pneumol 2010; XVI (5): 717-736
Rationale: Muscle debility has a significant impact on health-related quality of life in subjects with chronic obstructive pulmonary disease (COPD), and is correlated to exacerbation and even mortality. Assessing muscle strength is extremely relevant. Lack of standardisation in numbers of sets and rest interval in isokinetic test protocol can lead to distinct results, making comprehension and comparisons among studies difficult. Aim: To analyse the effect of two sets and three different rest intervals on isokinetic strength measurement of quadriceps tests, in order to define the adequate test protocol. Methods: Subjects with severe or very severe COPD underwent three isokinetic tests to evaluate knee extensor muscle strength, at an angular velocity of 60°·s−1, with rest intervals of 30, 60 and 120 seconds. Each test consisted of two sets of five repetitions, during which peak torque, total work and fatigue index were measured. Results: In 20 studied subjects (66.1±7.4years, 70±10.8kg, 167.4±6.2cm, FEV1 36.5±10.1%), there were no significant differences in peak torque, total work and fatigue index, independent of number of sets or rest interval between sets. Conclusion: In subjects with severe or very severe COPD, quadriceps muscle strength can be evaluated by an isokinetic protocol with one set of five repetitions. If two sets are performed, a rest interval of 30 seconds is enough to ensure muscle recovery between sets.
Rev Port Pneumol 2010; XVI (5): 717-736
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