Introdução - A broncofibroscopia (BFC) é um procedimento essencial no diagnóstico e na terapêutica da patologia respiratória, mostrando-se uma técnica bastante segura. A ocorrência de febre transitória pós-broncofibroscopia tem sido descrita em alguns trabalhos.
Objectivo - Determinar a incidência de febre e bacteriemia nas 24 horas pós-broncofibroscopia e os factores que propiciam o seu aparecimento.
Material e Métodos - Estudaram-se prospectivamente 91 doentes ambulatórios e 40 doentes internados no S. Pneumologia do H.S.J. nas 24h após BFC, relativamente ao aparecimento de febre (T> 38ºC). Foram excluídos do estudo todos os doentes ambulatórios que haviam apresentado febre nas 48h prévias ao procedimento, que apresentavam infecção do tracto respiratório inferior documentada, terapêutica antibiótica e/ ou corticoterapia em curso.
A análise estatística foi realizada, usando o programa informático SPSS. Foram consideradas estatisticamente significativas as correlações com Pearson chi2 < 0,005.
Resultados - Dos doentes estudados, e referindo ambulatórios versus internados, 68% vs 85% eram homens, apresentavam média de idade de 54±± 16,5 anos vs 59±15,4 anos. Negaram antecedentes respiratórios 85% vs 52,5% dos doentes, eram fumadores 38,5% vs 55%.
Foi observado desenvolvimento de febre pós-BFC em 12,5 e 12,1% dos dois grupos estudados, respectivamente. Verificou-se isolamento de microrganismos em hemoculturas de 4 doentes (3 ambulatórios e 1 internado). Não se verificaram alterações radiológicas em nenhum doente internado e em 7,5% destes, houve subida de leucócitos superior a 50% da contagem prévia.
Não foi encontrada correlação entre o aparecimento de febre e idade superior a 60 anos, cáries dentárias, tabagismo, doenças associadas, presença de alterações endoscópicas e realização de procedimentos endoscópicos complementares (LBA, EB, BB e BTB), em nenhum dos grupos.
Conclusão - Uma percentagem significativa de doentes (12,2%) desenvolveu febre após BFC. A grande maioria dos doentes apresentou hemoculturas negativas o que suporta a hipótese da subida transitória da temperatura corporal se dever à libertação de mediadores pró-inflamatórios. Neste estudo não encontrámos factores associados ao aparecimento de febre pós-BFC.
REV PORT PNEUMOL 2004; X (1): 87-95
Introduction - The Fiberoptic bronchoscopy (BRF) is an essential tool in diagnosis and therapy of respiratory diseases. The occurrence of transient fever after BRF has been documented in some studies. Its meaning hasn‘t yet been clarified.
Aim - Determine the incidence of fever and
bacteriemia in the 24 hours after BRF and identify its predictive factors.
Material and Methods - Ninety one outpatients and forty hospitalised patients were prospectively studied in the 24h after BRF to assess the appearance of fever (T>38ºC) and positive hemocultures.
Statistical analysis were performed using SPSS and the significance was considered when pearson chi2 was < 0,005.
Results - Referring outpatients / hospitalised patients, 68% / 85% were males, 85% / 52,5% denied previous respiratory diseases, mean age was 54±16,5years / 59±15,4years, 38,5% / 55% were smokers. Transient fever was observed in 12% / 12,5% patients. Positive hemocultures were found in four patients (3 outpatients and 1 hospitalised). None hospitalised patients showed radiological changes, in 7,5% cases white blood cells count rised >50%. We didn’t found statistically significant association between appearance of fever after BRF and age, dental caries, smoking habits, systemic disease, presence of endoscopic lesions and endoscopic techniques performed.
Conclusion - Transient fever following BRF is a common event and in majority of cases is not associated with bacteriemia. No statistical significant association was found between fever event and any of the studied factors.
REV PORT PNEUMOL 2004; X (1): 87-95
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