A punção aspirativa transtorácica (PATT) e biópsia transtorácica por agulha são realizadas por pneumologistas e por radiologistas de intervenção. Actualmente, muito poucos internatos de pneumologia obrigam ao treino desta técnica. Os autores decidiram comparar a rentabilidade e as complicações da técnica quando realizadas por pneumologistas e por radiologistas de intervenção.
Realizaram uma análise retrospectiva entre 2003 e 2007 de todos os exames realizados por internos de pneumologia supervisionados e por pneumologistas, comparando com os exames realizados por radiologistas de intervenção.
Foram incluídos no estudo 35 doentes, 19 no grupo dos pneumologistas e 16 no grupo dos radiologistas de intervenção. Não houve diferenças no campo das complicações entre os dois grupos; quanto à rentabilidade diagnóstica, no grupo dos pneumologistas foi de 63% e no grupo dos radiologistas de intervenção de 69%. As doenças malignas foram o diagnóstico mais frequente (70%).
A biópsia transtorácica por agulha foi usada em 21% dos casos no grupo dos pneumologistas e em 50% dos casos do grupo dos radiologistas de intervenção. A rentabilidade diagnóstica aumentou quando as duas técnicas foram combinadas (75% para 61%, respectivamente). A presença do patologista só se verificou no grupo dos exames realizados pelos pneumologistas.
Neste grupo, os autores concluíram que as complicações eram sobreponíveis nos dois grupos de trabalho e que a combinação das duas técnicas aumentava a rentabilidade. A biópsia transtorácica por agulha foi considerada uma técnica da maior importância porque aumenta o campo de diagnóstico, evitando outros meios mais invasivos e com maior risco.
Os autores propõem que o treino destas técnicas continue ou seja reactivado em todos os internatos de pneumologia, desenvolvendo programas para manter a capacidade dos pneumologistas que a realizam a treinar os novos pneumologistas na realização das mesmas.