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Vol. 15. Issue 3.
Pages 473-482 (May - June 2009)
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Défice de alfa-1 antitripsina. A experiência do Hospital de Pulido Valente com a terapêutica de reposição
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Carla Alves Costa1, Cristina Santos2, Jaime Pina3
1 Interna do Internato Complementar de Pneumologia
2 Assistente Hospitalar Graduada de Pneumologia
3 Hospital de Dia de Insuficientes Respiratórios; Unidade de Reabilitação Respiratória, Responsável: Fátima Rodrigues, Departamento de Pneumologia do Hospital de Pulido Valente, CHLN, EPE, Director: Jaime Pina, Departamento de Pneumologia, Hospital de Pulido Valente EPE, Alameda das Linhas Torres, n.° 117, 1769-001 Lisboa
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Resumo

A alfa-1 antitripsina (AAT) é sintetizada pelo fígado, com uma semivida plasmática de 4-5 dias. Apresenta acção inibidora das proteases, com particular afinidade para a elastase dos neutrófilos. A sua deficiência está associada a uma menor protecção pulmonar da acção das enzimas dos neutrófilos activados.

A deficiência de AAT é uma doença genética resultante da herança de dois alelos deficientes. Dos alelos deficientes, o mais frequente é o Pi*Z, sendo a forma homozigótica Pi*ZZ responsável por níveis séricos mais baixos, habitualmente inferiores a 50 mg/dl. O limiar de protecção é 80 mg/dl. O tabagismo aumenta francamente o risco de enfisema nestes doentes.

O objectivo da terapêutica de reposição é a manutenção de níveis séricos de AAT acima do limiar protector, retardando a progressão da doença.

Os autores apresentam a experiência do Hospital de Dia de Insuficientes Respiratórios do Hospital de Pulido Valente, de cinco doentes com enfisema por deficiência de AAT, fazendo reposição endovenosa semanal com prolastina®.

Foi efectuada uma avaliação clínica, funcional respiratória e radiológica dos doentes entre 2003 e 2007. Verificou-se estabilidade clínica e radiológica e menor declínio anual de FEV1 após início do tratamento.

A reposição com prolastina® é um tratamento de custos elevados, havendo falta de estudos aleatorizados e controlados que demonstrem a sua eficácia clínica. A evidência do benefício é baseada em estudos observacionais. A nossa experiência é positiva, com benefícios clínicos, funcionais e radiológicos. Apesar de estar descrita na literatura uma redução da mortalidade, ainda não foi possível fazer essa inferência na nossa pequena amostra.

Palavras chave:
Alfa-1 antitripsina
terapêutica de reposição
enfisema
Abstract

Alpha-1 antitrypsin (AAT) is synthesised in the liver and has half-life of 4-5 days. AAT has antiprotease activity, with particular affinity for neutrophil elastase. Its deficiency leads to a lack of effective lung protection against activated neutrophil enzymes.

Deficiency of AAT is a genetic disorder that occurs as a result of the inheritance of two protease inhibitor deficient alleles. Of the deficient alleles, Pi*Z is the most common, and the homozygous form Pi*ZZ results in the lowest serum levels, usually below 50 mg/ dl. The “protective threshold” is 80 mg/dl. Smoking increases the risk of emphysema.

The current goal of augmentation therapy is to raise the plasma levels, above protective threshold and slow disease progression.

The authors present the experience of the Day Care Hospital of the Pulido Valente Hospital with five male patients presenting emphysema due to AAT deficiency, receiving weekly intravenous treatment with Prolastin®. We performed a clinical, respiratory functional and radiological evaluation between 2003 and 2007.

The results point to a slower progression of the disease, with clinical and radiological stability and a reduced rate of FEV1 decline.

Augmentation therapy is an expensive treatment and its use is lacking supportive evidence of efficacy by randomized controlled clinical trials. Evidence that it confers benefits is based on observational studies.

Our experience is positive, showing clinical, radiological and functional benefits. The literature available points to a decrease in mortality, but we could not affirm so in our small population.

Keywords:
Alpha-1 antitrypsin
augmentation therapy
emphysema
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