Smoking is an important cause of pulmonary pathology and this addiction can be regarded as a chronic, recurrent disease. The benefits of smoking cessation are unquestionable and all physicians should become more active and assertive in recommending it.
AimTo characterise the population seeking medical support for smoking cessation and understand why some successfully stop smoking and others do not.
Material and methodsRetrospective analysis of medical records of outpatients in follow-up between January 2003 and June 2006. Age, gender, age at smokinginitiation, smoking burden (number of pack–years), associated diseases, degree of dependence (Fagerström test for nicotine addiction), prior attempts at and motivation for smoking cessation, need for cognitive/behavioural support and success and abandonment rates were evaluated.
ResultsFive hundred and twenty six patients were studied, 50% male with an average age of 45.5±11.4 years. Almost half (43.1%; n=227) of the patients started smoking before the age of 15. Average smoking burden was 35.8±20 pack-years although 21.4% (n=113) smoked more than 50 pack-years. Respiratory disease was present in 52.1% (COPD, 39.9% and others, 12.2%) and cardiovascular disease in 14.6% of the patients. In 46% of patients (n=242) a relevant psychiatric disorder was identified; depression (21.4%), anxiety disorder (19.4%), other dependencies (2.1%) bipolar disorder (1.5%) and schizophrenia (0.6%). The evaluation of degree of addiction revealed maximum level in 69.7% of the patients (n=380). Many patients (72.2%; n=380) reported prior attempts to quit smoking. The strongest reasons for giving up smoking were concern over health (83.5%), financial issues (8.2%) and search for better quality of life (5.7%). Most patients (81.7%; n=430) had undergone nicotine replacement therapy; skin patches (53.3%), chewing gum (1.1%) or both (45.6%). Psychopharmacological treatment included administration of sedative-hypnotics (86.5%), bupropion hydrochloride (2.3%) and antidepressants (0.6%). Seventy six patients (14%) benefited from cognitive/ behavioural support. Two hundred and twenty three patients (42.4%) were successful in giving up smoking while 219 (41.6%) abandoned follow up, the majority after the first appointment. Most patients that abandoned follow up reported lack of motivation and the price of therapy.
ConclusionsThe population under study had a high rate of psychiatric disorders and a high level of dependence and lack of motivation that might justify the drop-out rate. Successful treatment was associated with close follow up, behavioural support and pharmacological therapy.
O tabagismo é uma importante causa de patologia pulmonar e a sua dependência poderá ser considerada uma doença crónica e recorrente. Os benefícios da cessação tabágica são inquestionáveis e todos os médicos têm responsabilidade na sua recomendação.
ObjectivoCaracterização da população que recorre à consulta de apoio ao fumador (CAF) do nosso hospital e procurar entender as razões do sucesso
Materiais e métodosAnálise retrospectiva dos processos clínicos de todos os doentes que foram seguidos na CAF entre Janeiro de 2003 e Junho de 2006. Foram avaliados os seguintes parâmetros: idade, sexo, idade de início, carga tabágica (unidades maço ano--UMA), patologias associadas, grau de dependência (teste de Fargerström), tentativas prévias, motivações para cessação tabágica, necessidade de apoio cognitivo- comportamental e taxas de sucesso e abandono.
ResultadosForam avaliados 526 doentes, 50% (n=263) do sexo masculino. A média de idades situava-se nos 45,5±11,4 anos. Iniciaram o consumo antes dos 15 anos 43,1% (n=227). A carga tabágica foi de 35,8±20 UMA, observando-se em 21,4% (n=113) dos doentes um consumo superior a 50 UMA. Patologia pulmonar esteve presente em 52,1% (DPOC – 39,9%; outras – 12,2%) e a cardiovascular em 14,6% (n=77) dos doentes. Em 46% (n=242) foi identificada uma patologia psiquiátrica importante: perturbações depressivas (21,4%), transtorno de ansiedade (19,4%), outra toxicodependência (2,1%), doença bipolar (1,5%) e esquizofrenia (0,6%). Trezentos e sessenta e sete doentes (69,7%) obtiveram pontuação máxima no teste de Fagerström. Em 72,2% (n=380) dos casos foram mencionadas tentativas prévias de abandono do tabagismo. Os motivos actuais evocados para a cessação tabágica relacionaram-se com: saúde (83,5%); factores económicos 8,2%; qualidade de vida (5,7%). Foram submetidos a terapêutica de substituição nicotínica 81,7% (n=430) dos doentes, sendo a via de administração: sistema transdérmicos (53,3%), nicotina oral (1,1%) ou ambos (45,6%). O suporte psicofarmacológico utilizado foi: ansiolítico (86,5%); cloridrato bupropiona (2,3%); antidepressivo (0,6%). Foi solicitado apoio cognitivo-comportamental a 14,4% (n=76) dos doentes. A taxa de cessação tabágica foi de 42,4% (n=223). A redução do consumo de tabaco superior a 50% foi de 1,9% (n=10). A taxa de abandono da consulta, a maioria logo após a primeira consulta, foi de 41,6% (n=219). A taxa de abandono da consulta relacionou-se com as características dos doentes, a falta de motivação, o preço da terapêutica e o meio ambiente desencorajador.
ConclusãoVerificou-se nesta população elevada percentagem de indivíduos com patologia psiquiátrica e alto grau de dependência a nicotina, factores que, aliados ao stress como causa major de aumento de consumo de tabaco, implicaram uma especial atenção ao suporte cognitivo-comportamental no sentido de garantir melhores resultados. O sucesso terapêutico esteve sem dúvida relacionado com a aderência à consulta, a terapia comportamental e a terapêutica farmacológica.