Journal Information
Vol. 16. Issue 6.
Pages 870-879 (November - December 2010)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 16. Issue 6.
Pages 870-879 (November - December 2010)
ARTIGO ORIGINAL
Open Access
Os dias iniciais da infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009 na região centro de Portugal
The early days of pandemic (H1N1) 2009 virus infection in the central region of Portugal
Visits
5376
V. Duquea, E. Cordeirob, V. Motac, J. Vazd, C. Moraise, F. Rodriguesf, F. Coelhog, J. Saraiva da Cunhah, A. Meliço-Silvestrei
a Serviço de Doenças Infecciosas dos Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, Laboratorio de Virologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
b Epidemiologia, Departamento de Saúde Pública e Planeamento, Administração Regional de Saúde do Centro, IP, Portugal
c Laboratório de Virologia, Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, Coimbra, Portugal
d Laboratório de Virologia, Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, Coimbra, Portugal
e Departamento de Diagnóstico e Terapêutica, Laboratório de Virologia, Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, Coimbra, Portugal
f Pediatria, Unidade de Infecciologia e Serviço de Urgência, Hospital Pediátrico de Coimbra, Coimbra, Portugal
g Comissão de Higiene e Epidemiologia Infecciosa, Serviço de Doenças Infecciosas, Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, Coimbra, Portugal
h Serviço de Doencas Infecciosas, Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
i Área de Gestão Integrada II, Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Ver más
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Resumo
Introdução

O primeiro caso de infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009 foi diagnosticado na região centro de Portugal no dia 16 de Junho de 2009, numa mulher infectada no Canadá.

Métodos

O nosso estudo tem por objectivos, em primeiro lugar caracterizar os aspectos clínicos e epidemiológicos de todos os doentes que tiveram manifestações clínicas incluídas na definição de caso para investigação com amostras submetidas para diagnóstico da infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009; em segundo lugar, avaliar a precisão da definição de caso para investigação de acordo com a presença ou ausência de febre no momento da observação clinica. Efectuámos a revisão dos registos médicos de todos os doentes classificados como caso para investigação e analisaram-se os primeiros casos de doentes infectados com o novo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009, diagnosticados na região centro de Portugal durante o período pandémico compreendido entre Junho e Agosto de 2009.

Foi utilizado o método da reacção em cadeia da polimerase de retrotranscripção em tempo real para confirmação da infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009. A colheita de dados foi efectuada de forma padronizada em suporte de papel de acordo com as normas da Direcçào Geral de Saúde.

Resultados e discussão

A infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009 foi confirmada laboratorialmente em 255 casos. A idade média foi de 23 anos e 42,7 % foram incluídos na categoria dos 20 aos 29 anos. A infecção em doentes com menos de 2 anos ou mais de 50 anos foi um acontecimiento raro. Os primeiros casos foram importados da Europa: Franca, Espanha e Inglaterra. Numa segunda fase, a infecção foi adquirida no sul de Portugal (Algarve). A taxa de incidência de infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009 foi de 10,7 por 100 000 pessoas e foi diferente consoante o distrito. Foi mais elevado no distrito de Coimbra e da Guarda onde estão as principais estradas de ligação com a Europa. O período de incubação calculado para a infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009 foi de 2 dias. A duração das manifestações clínicas até os doentes procurarem observação médica teve um valor mediano de 2 dias. Todos os casos foram de gravidade ligeira a moderada, sem casos de morte.

Conclusões

Os dias iniciais da infecção pelo vírus da gripe pandémica (H1N1) 2009 foram caracterizados na nossa região por casos de doença com gravidade ligeira a moderada. Os mais afectados foram os jovens adultos, com as idades extremas da vida poupadas. O diagnóstico precoce, o isolamento estrito e o tratamento podem ter diminuído a disseminação da infecção.

Keywords:
Palavras-Chave
Gripe
Influenza
H1N1
Pandemia
2009
Abstract
Background

The first case of pandemic (H1N1) 2009 virus infection was diagnosed in the central region of Portugal on June 16, 2009, in a woman infected in Canada.

Methods

The aim of our study was, first to characterize the clinical and epidemiologic aspects of all the patients with clinical manifestations included in the definition of case for investigation with samples submitted to diagnosis of the pandemic (H1N1) 2009 virus infection, in the central region of Portugal; second to assess the precision of the case definition of case for investigation considered in the study according to the presence or the absence of fever at the moment of clinical observation. We reviewed the medical records of all the patients presenting with Influenza like-illness classified as case for investigation and the first cases of patients infected with the new pandemic (H1N1) 2009 virus, diagnosed in the central region of Portugal during the pandemic period between June and August, 2009, were analyzed. Real-time reverse-transcriptase polymerase-chain-reaction (RT-PCR) testing was used to confirm the pandemic (H1N1) 2009 virus infection. Data collection was performed on a standardized paper format in agreement with the General Health Directorate.

Results and discussion

Pandemic (H1N1) 2009 virus infection was confirmed in 255 patients. Overall, median age was 23 years and 42.7% were included in the category of 20 to 29 years. Confirmed infection in patients with less than 2 years or greater than 50 years was a rare event. The first cases were imported from Europe, namely France, Spain and England. On a second phase, pandemic (H1N1) 2009 virus infection was acquired in the south of Portugal (Algarve), before de diagnosis of the first domestic case. The incidence rate for pandemic (H1N1) 2009 virus infection was 10.7 per 100,000 persons and was different according to the district. It was higher in the district of Coimbra and Guarda were the main roads connecting to Europe are. The median calculated incubation period for the for pandemic (H1N1) 2009 virus infection was 2 days. The length of the clinical manifestations until the patients look for medical observation had a median time of 2 days. All the cases were of mild to moderate severity. No deaths were observed.

Conclusions

The early days of pandemic (H1N1) 2009 virus infection was mild in our region. Most affected patients were young adults, with the extreme categories ages of life being spared. Early detection and diagnosis, combined with stringent isolation and treatment procedures could have slowed the spread of the infection in our region.

Keywords:
Influenza
H1N1
Pandemics
2009
Full text is only aviable in PDF
Bibliografia
[1.]
Outbreak of swine-origin influenza A (H1N1) virus infection – Mexico, March-April 2009.
MMWR Morb Mortal Wkly Rep, 58 (2009), pp. 467-470
[2.]
Swine-origin influenza A (H1N1) virus infections in a school – New York City, April 2009. Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
MMWR Morb Mortal Wkly Rep, 58 (2009), pp. 470-472
[3.]
Update: swine influenza A (H1N1) infections – California and Texas, April 2009.
MMWR Morb Mortal Wkly Rep, 58 (2009), pp. 435-437
[4.]
V. Shinde, C.B. Bridges, T.M. Uyeki, B. Shu, A. Balish, X. Xu, et al.
Triple-reassortant swine influenza A (H1) in humans in the United States, 2005-2009.
N Engl J Med, 360 (2009), pp. 2616-2625
[5.]
Statement of the World Health Organization on allegations of conflict of interest and ‘fake’ pandemic, World Health Organization, (2009),
[6.]
Pandemic Influenza – Inovations – Portugal. European Centre for Disease Prevention and Control. (Acedido a 3 de Fevereiro de 2010, em http://ecdc.europa.eu/en/healthtopics/pages/pandemic_influenza_innovations_portugal.aspx.)
[7.]
Gripe OT-1. (Acedido a 30 de Junho de 2010, em http://www.dgs.pt/ms/2/default.aspx?pl=&id=5509∾ess=0&cpp=1.).
[8.]
CDC protocol of realtime RT-PCR for swine influenza A(H1N1), World Health Organization, (April 28, 2009),
[9.]
Estimativas de população residente em 31/XII/2008, por sexo e grupos etários quinquenais, NUTS I, II e III (NUTS 2002) e Municípios. (Acedido a 31 de Janeiro de 2010 em: http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jspTlook_parentBoui=72384154&att_display=n&att_download=y.)
[10.]
Health Protection Agency, Health Protection Scotland, National Public Health Service for Wales.
Epidemiology of new influenza A (H1N1) virus infection, United Kingdom, April-June 2009.
HPA Northern Ireland Swine influenza investigation teams. Euro Surveill, 14 (2009),
[11.]
B. Cao, X.W. Li, Y. Mao, J. Wang, H.Z. Lu, Y.S. Chen, et al.
National Influenza A Pandemic (H1N1) 2009 Clinical Investigation Group of China. Clinical features of the initial cases of 2009 pandemic influenza A (H1N1) virus infection in China.
N Engl J Med, 361 (2009), pp. 2507-2517
[12.]
J. Lessler, N.G. Reich, D.A. Cummings.
New York City Department of Health and Mental Hygiene Swine Influenza Investigation Team, Nair HP, Jordan HT, Thompson N. Outbreak of 2009 pandemic influenza A (H1N1) at a New York City school.
N Engl J Med, 361 (2009), pp. 2628-2636
[13.]
N.F. Crum-Cianflone, P.J. Blair, D. Faix, J. Arnold, S. Echols, S.S. Sherman, et al.
Clinical and epidemiologic characteristics of an outbreak of novel H1N1 (swine origin) influenza A virus among United States military beneficiaries.
Clin Infect Dis, 49 (2009), pp. 1801-1810
[14.]
A.D. Iuliano, C. Reed, A. Guh, M. Desai, D.L. Dee, P. Kutty, et al.
Notes from the field: outbreak of 2009 pandemic influenza A (H1N1) virus at a large public university in Delaware, April-May 2009.
Clin Infect Dis, 49 (2009), pp. 1811-1820
[15.]
Novel Swine-Origin Influenza A (H1N1) Virus Investigation Team.
Emergence of a novel swine-origin influenza A (H1N1) virus in humans.
N Engl J Med, 360 (2009), pp. 2605-2615
[16.]
G. Boivin, I. Hardy, G. Tellier, J. Maziade.
Predicting influenza infections during epidemics with use of a clinical case definition.
Clin Infect Dis, 31 (2000), pp. 1166-1169
[17.]
J.M. Navarro-Marí, M. Pérez-Ruiz, P. Cantudo-Muñoz, C. Petit-Gancedo, M. Jiménez-Valera, M. Rosa-Fraile.
Influenza Surveillance Network in Andalusia, Spain. Influenza-like illness criteria were poorly related to laboratory-confirmed influenza in a sentinel surveillance study.
J Clin Epidemiol, 58 (2005), pp. 275-279
[18.]
K.G. Nicholson.
Clinical features of influenza.
Semin Respir Infect, 7 (1992), pp. 26-37
[19.]
T. Shimada, Y. Gu, H. Kamiya, N. Komiya, F. Odaira, T. Sunagawa, et al.
Epidemiology of influenza A(H1N1)v virus infection in Japan, May-June 2009.
Euro Surveill, 14 (2009),
Copyright © 2010. Sociedade Portuguesa de Pneumologia/SPP
Download PDF
Pulmonology
Article options
Tools

Are you a health professional able to prescribe or dispense drugs?