A espirometria não atingiu ainda a divulgação que se justificaria em patologia respiratória, ou indivíduos que se encontram em risco relativamente a esta patologia, cujo diagnóstico é insuficiente, havendo um escasso conhecimento, e consequente controlo, dos custos atribuíveis a estas doenças, com destaque para a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
O PNEUMOBIL, iniciativa que visa esta divulgação entre fumadores e ex-fumadores, foi reactivado, após 10 anos de aplicação em Portugal, revelando agora, numa amostra de 5324 indivíduos, em que cerca de 50% ainda mantêm os hábitos tabágicos, sejam do sexo masculino ou feminino, que houve uma elevada prevalência de obstrução detectada por espirometria (30% e 25%, respecti-vamente) nas pessoas rastreadas perto de centros de saúde (grupo público) e em empresas (grupo privado). Este risco não se explica em regra por exposição ocu-pacional, nem se relaciona com a maioria dos sintomas respiratórios, muito frequentes nos rastreados. Apenas a dispneia (OR=1,28; p=0,02) e os episódios frequentes de expectoração (OR=1,21; p=0,008) ou de bronquite aguda (OR=1,31; p=0,05) revelam al-guma relação com a obstrução. O reconhecimento prévio da DPOC é muito reduzi-do e a presença de obstrução não se correlaciona (p=0,204) com o assumir da condição de portador.
Rev Port Pneumol 2009; XV (5): 803-846
The use of spirometry is not yet widespread enough in chronic respiratory or at-risk patients whose diagnosis is incomplete. There is scarce knowledge and inadequate management of the burden of these diseases, particularly chronic obstructive pulmonary disease (COPD).
Pneumobil, an initiative aimed at raising awareness among smokers and ex-smokers, was reactivated 10 years after its launch in Portugal. It found a large prevalence of bronchial obstruction as measured by spirometry (30% and 25% in men and women respectively) in a sample of 5324 smoke-exposed individuals, 50% current smokers, screened at state or business (private company group) health institutions. This risk is neither mainly attributable to occupational exposure nor mainly related to respiratory symptoms, which were very common in our population. Only dyspnoea (OR=1.28; p=0.02) and frequent episodes of sputum production (OR=1.21; p=0.008) or acute bronchitis (OR=1.31; p=0.05) were somewhat related to bronchial obstruction. Prior knowledge of COPD is rare and bronchial obstruction is not correlated (p=0.204) to a possible diagnosis of COPD.
Rev Port Pneumol 2009; XV (5): 803-846
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