Em estudos prévios do aparelho respiratório realizados em ratos expostos a ruído de baixa frequência (RBF), observaram-se lesões irreversíveis do epitélio respiratório. Um dos aspectos mais notáveis destas lesões diz respeito às imagens das microvilosidades das células em escova que apresentam alterações importantes na distribuição e na morfologia. Este estudo é dirigido às populações celulares dos alvéolos pulmonares de ratos expostos a RBF em comparação com ratos mantidos em silêncio. Dez ratos Wistar foram expostos continuadamente a 2160 horas de RBF e sacrificados após uma semana em silêncio. Dez ratos de controlo, do mesmo grupo etário, foram mantidos em condições idênticas mas em silêncio. Todos os animais foram tratados de acordo com a norma 86/609/CE. Fragmentos do parênquima pulmonar foram recolhidos e processados para microscopia óptica e electrónica de varrimento. Nos ratos expostos, as paredes alveolares apresentam-se grosseiramente espessadas e a estrutura distorcida ou mesmo apagada. Os macrófagos são extremamente frequentes nos ratos expostos, embora também se observem em menor número nos ratos de controlo. As paredes dos vasos estão espessadas e os pneumócitos de tipo I são raros. Em contraste, os de tipo II tornam-se na população celular alveolar mais frequente e importante. Nestas células, as microvilosidades distribuem-se irregularmente. Ainda nos pneumócitos tipo II, observa-se com grande frequência “buracos negros” na superfície. Observam-se ainda 2 tipos de células em escova: as intersticiais e as externas. Nos ratos expostos, as microvilosidades destas células apresentam-se fundidas. O RBF exerce uma acção nociva sobre o parênquima pulmonar.
REV PORT PNEUMOL 2004; X (1): 77-85
Previous studies of low frequency noise (LFN) (≤ 500Hz, including infrasound) exposed Wistar rat trachea and lung show that LFN induces irreversible lesions in the rodent respiratory system. Most notable was the behavior of the tracheal brush cell (BC) where fused microvilli were frequently captured in scanning electron microscopy. This study focuses on the alvoelar BC in LFNexposed and control rat populations. Ten Wistar rats were exposed to 2160 hours of continuous LFN, then kept 1 week in silence before sacrifice. Another 10, age-matched rats were kept in continous silence. All were fed standard rat food, and had unrestrained access to water (treated in accordance with 86/609/CE). Lung parenchyma fragments were excised and processed for scanning electron microscopy. In the non-exposed, alveolar walls were thin, and wall structure was well defined. In the LFN-exposed, walls were thickened and wall structure was almost effaced. Macrophages were found in the non-exposed specimens, but were not so frequent in the LFN-exposed. Both vein and artery walls were thickened. In the parenchyma of the exposed rats, an increase in type II pneumocytes was observed, and their microvilli were dramatically altered in terms of cellsurface distribution, sprouting direction, and amount. Unidentified black holes eruptin from the cell surface were observed. In the alveoli, 2 different types of BC’s were observed: external and interstitial. In the exposed rats, microvilli of both types of BC were fused. These results confirm that LFN exposure can impinge on the entire respiratory system of living organisms.
REV PORT PNEUMOL 2004; X (1): 77-85
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