O objectivo desta análise foi determinar o risco de neoplasia do pulmão associado à exposição em casa à radioactividade produzida pelo radão, gás que ocorre naturalmente na natureza.
Envolveu 13 estudos europeus realizados em 9 países (Portugal não incluído), contabilizando-se 7148 casos de cancro do pulmão e 14 208 controlos.
A concentração média de radão nas casas do grupo de controlo foi de 97Bq/m3 (becquerels), enquanto nas do grupo dos casos a concentração média do gás foi de 104Bq/m3.
Após estratificação por estudo, idade, sexo, região de residência e tabagismo, o risco de cancro do pulmão aumentou 8,4% por cada 100Bq/m3 de aumento da concentração do radão.
Esta relação dose-resposta parece ser linear, sem limiar inferior de exposição para aparecimento do risco. Assim, a relação linear mantém-se significativa mesmo para concentrações inferiores a 200Bq/m3, considerado o valor limite de exposição aceite (nível de acção).
O risco absoluto cumulativo de cancro do pulmão aos 75 anos de idade e para níveis habituais de exposição ao radão de 0, 100, 400 e 800Bq/m3 é respectivamente de 0,41%, 0,47%, 0,67%, e 0,93%, para indivíduos não fumadores e de 10,1%, 11,6%, 16,0% e 21,6% para fumadores – um aumento de cerca de 25 vezes.
A análise colectiva dos diferentes estudos caso-controlo permitiu aos autores concluírem que o radão nas habitações contribui para cerca de 9% das mortes por cancro do pulmão e é responsável por cerca de 2% de todas as mortes por cancro na Europa.
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