Decorreram mais de 2 anos desde que a publicação do nosso primeiro editorial na Revista Portuguesa de Pneumologia, no qual eram referidas as mudanças que pretendíamos implementar1. Apesar de a revista ter evoluído, será que conseguiu contribuir para a difusão de novos conteúdos, delineando novos caminhos de investigação e aperfeiçoamento da prática da medicina respiratória? Acreditamos que a RPP publicou artigos de elevado teor científico, que esperamos poderem contribuir no futuro para o aumento do ranking entre as revistas internacionais. O que é que os leitores têm apreciado mais? O que é que necessita de ser alterado?
Embora tenhamos tentado incrementar a interação científica entre os leitores, gostaríamos igualmente de ter aumentado o debate entre os mesmos.
O sítio da revista, www.revportpneumol.org, facilita esta interação. O início de uma nova secção designada por «Imagens em medicina respiratória» em http://blogrpp.elsevier.pt/ deveria incentivar a participação de todos, não se entendendo o facto de não termos ainda sinais disso. Será que fomos demasiado ambiciosos? Talvez seja a altura para uma nova mudança editorial, com a alteração, nomeadamente, da filosofia do jornal, de forma a aumentar a comunidade de leitores, transformando-o de um contexto regional numa revista verdadeiramente internacional. A Sociedade Portuguesa de Pneumologia deve discutir este assunto num futuro próximo e, eventualmente, fazer uma chamada internacional para candidatos ao cargo de editor-chefe. Esta estratégia foi implementada com sucesso em outras sociedades, como no caso do The Clinical Respiratory Journal, o órgão oficial da Nordic Respiratory Academy (Danish Society of Respiratory Medicine, Icelandic Respiratory Society, Norwegian Respiratory Society, Swedish Respiratory Society, Finnish Respiratory Society) ou da Respiration, o órgão oficial da Swiss Society for Pneumology, sendo igualmente o órgão representativo da European Association for Bronchology and Interventional Pulmonology.
Para tornar mais estreita a nossa interação com o Brasil, vamos iniciar em breve uma colaboração com o Jornal Brasileiro de Pneumologia, designado como «foco respiratório luso-brasileiro», onde autores de Portugal e Brasil publicarão artigos de investigação científica relevantes para ambos os países.
No número atualNo número corrente, continuamos a publicar na rubrica «Novas perspetivas em Pneumologia», a opinião de 2 líderes internacionais que analisam o tópico emergente da «Ventilação mecânica prolongada: novas instalações e novos modelos de assistência»2,3. Por sua vez, o presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia tece importantes comentários relacionados com o programa nacional para as doenças respiratórias recentemente aprovada pela Direção-Geral de Saúde4.
Embora vivamos num tempo de grandes e delicados desafios, devíamos todos juntar forças, dado que «os jardins não são feitos para nos sentarmos à sombra».