Objectivos: Estudar os hábitos tabágicos, caracterizar o conhecimento, a aceitação de medidas anti-tabágicas e as expectativas em relação ao impacto destas na saúde pública em alunos do 6.º ano de Medicina, em Portugal.
Material e métodos: Foi realizado um estudo descritivo transversal, cuja população-alvo foram os alunos de Medicina do sexto ano em Portugal. Foi utilizado um questionário auto-preenchido, anónimo, disponibilizado numa página online, que divulgámos por correio electrónico. Para a análise de algumas variáveis, utilizámos tabelas de contingência e a prova do χ2, com nível de significância de 0,05.
Resultados: Obtivemos 255 questionários válidos. A taxa de fumadores foi de 18,04%. O consumo de cigarros mais frequente foi entre 1-10, sendo mais elevado entre os homens. A idade de início da maioria foi entre 13-18 anos, com as mulheres a começarem mais tarde. Dos fumadores, 36,96% já fizeram uma tentativa de cessação tabágica. A maioria dos inquiridos concorda com as medidas anti-tabágicas inquiridas e considera que irão diminuir o consumo e a morbimortalidade da população em geral. A formação sobre cessação tabágica foi considerada suficiente por 34,90%.
Conclusões: Os resultados obtidos estão de acordo com as características da população em geral, nomeadamente quanto à prevalência de fumadores, idade de início do consumo de tabaco e elevada prevalência de mulheres fumadoras. As medidas anti-tabágicas parecem reunir consenso, segundo a nossa amostra, que também espera uma redução do consumo geral e individual, assim como da morbimortalidade.
Rev Port Pneumol 2007; XIV (2): 219-230
Objectives: To study the smoking habits of 6th year Portuguese medical students and assess their knowledge and acceptance of anti-smoking measures and how they felt these would impact on public health.
Material and methods: We conducted a descriptive cross-sectional study, in which a self-administered, anonymous questionnaire was made available online to the target population (6th year Portuguese medical students). The relationships between some of the variables were analysed using contingency tables and the χ2 test, with p<0.05 taken as statistically significant.
Results: We obtained 255 answers to our questionnaire. We found an 18.04% prevalence of smokers. The majority of smokers smoked 1 - 10 cigarettes per day, with men smoking more, and most of them had begun their habit between 13 and 18 years of age, with women beginning later. 36.96% of smokers had already made an attempt to quit smoking.
The great majority of the respondents agreed with the anti-smoking measures listed in the questionnaire. Furthermore, they expected these measures to have a positive impact on smoking and on smoking-related morbidity and mortality. Only 34.90% of the students judged smoking cessation to be sufficiently taught in their curricula.
Conclusions: The results are in accordance with the population in general in terms of the prevalence of smokers, the age of beginning smoking and a high prevalence of women smokers. There appears to be across-the-board agreement with anti-smoking measures, along with hope for a reduced general and individual consumption and morbi-mortality.
Rev Port Pneumol 2007; XIV (2): 219-230
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